sexta-feira, 29 de junho de 2012

Quando não iremos a Paris?!

Mesmo com os indícios de continuidade da greve por mais dias na educação brasileira e, especificamente, baiana, por que não lembrar de certos gênios brasileiros?
Há quem lembre dos mais atuais, como Miguel Nicolelis, Eduardo Góes Neves e Rosaly Lopes. Outros irão se ater um pouco ao passado, não menos empolgante, afinal há mais de 100 anos, o 14 bis, pilotado pelo cientista brasileiro Santos Dumont, elevou-se nos céus de Paris, dando um grande passo no desenvolvimento da tecnologia mundial. 
Nesse aspecto, uma questão pode surgir: Será que a tecnologia e a ciência somente estão ligadas a proezas monumentais? 
Se analisarmos, com um olhar atento, veremos que nosso cotidiano encontra-se repleto de tecnologia, auxiliando a nossa dura existência. Seria bem difícil, na época atual, viver sem energia elétrica, o que seria dos alimentos sem a geladeira? Como suportaríamos o excessivo calor de Salvador, por exemplo, sem o ar-condicionado a deixar um ambiente fechado mais agradável? Ou os exames laboratoriais, considerados hoje tão corriqueiros, e muitos nem sabem o quanto de ciência, pesquisa e desenvolvimento foram necessários para que um diagnóstico esteja numa simples folha de papel? Enfim, muita tecnologia presente em nosso meio que passa despercebida por muitos. 
Talvez esta negligência seja fruto da educação atual, cuja maioria das escolas brasileiras coloca a ciência e a tecnologia como coisas inacessíveis, difíceis de entender. Poucos professores aproximam a ciência da vida, raro são os que saem da sala de aula e conectam seus alunos ao grande laboratório em que vivemos. Possivelmente seja preciso qualificar melhor e incentivar (financeiramente) os professores, ou alguns vão dizer que "uma reformulação na educação brasileira é necessária". Podem ser essas umas das razões para a greve de mais de 75 dias em Salvador? Eis a questão. 
Provavelmente, as matérias como Física ou Química devam continuar a interessar pouco os alunos e quanto mais tempo sem aula, como despertar vocações latentes nestas áreas já tão sofridas de carência de educadores? É verdade também: já estamos perdendo muitos cientistas para o exterior, e talvez seus trabalhos realmente só possam ser realizados lá, por mais estrutura encontrada, por mais dinheiro disponibilizado, por mais esperança de sucesso, por mais experiência na área. E nesse âmbito, dois dos três cientistas da atualidade, inicialmente citados por exemplo, realizam seus trabalhos nos EUA. 
Por fim, é preciso lembrar que alguns chamam a atual presidente de sacoleira, por sua atitude de liberar bolsas para graduação, pós-graduação e pós-doutorados, no exterior. No entanto, se o Brasil antes carecia de capacitação, agora mais do que nunca, crescendo da maneira que está, é provável que necessite de profissionais mais qualificados num futuro próximo. Seja com medidas paliativas ou não o importante é que carecemos ponderar sobre o amanhã que queremos para o Brasil, a fim de que os futuros cientistas não precisem ir à Paris realizar um grande feito.

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